A eficiência e rapidez da atuação das equipes de fiscais e técnicos da Iagro (Agência Estadual de Sanidade Animal e Vegetal) e o Ministério da Agricultura, no combate e extinção do foco de gripe aviária em aves de subsistência de Bonito mostram que o Estado está preparado para garantir uma resposta eficaz e rápida para garantir a sanidade da avicultura estadual.
A avaliação foi feita pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, durante reunião ontem (3) do Gease/MS (Grupo Especial de Atenção à Suspeita de Enfermidades Emergenciais ou Exóticas de Mato Grosso do Sul). O encontro foi realizado no auditório da SFA/Mapa (Superintendência Federal de Agricultura) e debateu as ações de trabalho da equipe que não mediu esforços para combater o foco da influenza aviária H5N1 detectado no mês passado em aves de subsistência em Mato Grosso do Sul.
O objetivo da reunião – que contou com a presença do titular da Semadesc, Jaime Verruck, que é presidente do Gease; do superintendente federal de Agricultura José Antônio Roldão; presidente da Iagro (agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Daniel Ingold; secretário executivo de Desenvolvimento Econômico Rogério Beretta; e equipes de médicos veterinários da defesa animal estadual e federal – foi apresentar as ações de prevenção e combate à influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) que foram tomadas para exterminar o foco da doença, que culminou com o sacrifício de 80 aves.
Além disso, os técnicos que atuaram no local apontaram as diretrizes de monitoramento das aves e a biossegurança nas regiões de avicultura de corte e postura.
O secretário, que preside o Gease, destacou a atuação exemplar da equipe da Iagro e Mapa e enalteceu a importância do trabalho eficiente e rápido para extirpar o foco. “Com uma atuação integrada e eficiente, as equipes da Iagro, Ministério da Agricultura, envolvendo fiscais e técnicos operacionais além do apoio da Prefeitura de Bonito, o resultado foi fantástico”, afirmou.
O diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, também reforçou que o entrosamento da equipe e da cadeia produtiva foi primordial para o resultado.
“A colaboração conjunta, com a participação essencial do produtor rural, culminou em um trabalho notável. Como conclusão, essa experiência deve nos inspirar a manter uma prontidão constante, adotando um conjunto de medidas para enfrentar qualquer situação, replicando essa eficácia e integração exemplares que presenciamos nesta ação.”, acrescentou.
Ações rápidas
No encontro a chefe da divisão de Defesa Sanitária da Iagro, médica veterinária Janine Ferra Vieira de Almeida apresentou o case de Bonito, como foram feitos os procedimentos na propriedade foco e as ações vigilância que ainda estão sendo executadas.
Ela lembra que o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) confirmou no dia 16 do mês passado um foco de gripe aviária (H5) em uma criação de aves domésticas de subsistência na cidade de Bonito. Após ser informada da ocorrência da mortalidade pelo proprietário da fazenda, os fiscais estaduais agropecuários inspecionaram as aves e identificaram sinais compatíveis com a doença, culminando na coleta de material para diagnóstico laboratorial. O produtor rural abriu mão da indenização dos animais e prestou apoio significativo para a atuação dos fiscais, assim como a Prefeitura de Bonito, que ajudou com maquinários, equipamentos e alimentação para a equipe de servidores.
O diagnóstico foi realizado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária – LFDA-SP, que fica em Campinas (SP). Com a confirmação. começou então uma verdadeira operação de guerra com a Iagro designando uma equipe de emergência para realizar as medidas sanitárias no local. Na propriedade, todas as aves foram sacrificadas e as ações de fiscalização na área de perifoco (3 km) e na área de vigilância (7 km) foram iniciadas, conforme estabelecido no Plano de Contingência. “Fizemos o sacrifício de 64 aves adultas e mais 16 aves de recria e pintinhos. Após a limpeza, com uso de bomba costal, fizemos toda a desinfecção com produto específico e recomendado e usamos a vassoura de fogo”, detalhou a fiscal agropecuária.
Após todo este trabalho emergencial, ela conta que foram vistoriadas 151 propriedades na região, feita fiscalização com drones, trabalhos de educação sanitária junto a população e as revendas agropecuárias. Atualmente a região está sob vazio sanitário de 30 dias desde o surgimento do foco e sob constante monitoramento da equipe.
Em seguida, médico veterinário Roberto Bueno, que é fiscal agropecuário da Iagro, falou sobre como funcionam as ações de emergência sanitária no combate a focos de doenças animais. Ele relembrou o caso de febre aftosa de 2005 no Estado, que teve um desempenho exemplar da Iagro na intenção da recuperação do status sanitário de Mato Grosso do Sul.
Ao final do encontro foi realizado um balanço da ação e coletadas sugestões para prevenção de eventos futuros como a realização de treinamentos e a cooperação dos fundos privados de sanidade animal.
As necessidades de reforço de equipes com mais pessoas a campo e estrutura também foram debatidas visando melhorar ainda mais os trabalhos da vigilância sanitária estadual e vegetal.
“Este episódio mostrou como deve ser feito rapidamente a ação e seguindo todos os protocolos. Por isso, quero cumprimentar a capacidade técnica da equipe, a motivação e a responsabilidade”, salientou o secretário.
Alerta constante
Verruck ressaltou ainda que o alerta continua assim como a constante vigilância. “Esperamos que com todo o trabalho de sanidade que está sendo feito não tenhamos casos em granjas comerciais. Acho que este é um grande objetivo”, enfatizou.
Com relação ao embargo do Japão à carne de aves do Mato Grosso do Sul, Verruck relatou que o governador Eduardo Riedel já pediu ao ministro Carlos Fávaro a antecipação da retirada da restrição. “O governador fez o pedido ao ministro pela antecipação já que todos os dados e relatórios encaminhados ao Ministério davam o caso como encerrado”, explicou.
Finalizando, Verruck lembrou que a experiência deve servir para preparar ainda mais a equipe para a ocorrência de casos futuros. “Nossa discussão aqui é usar este momento que tivemos como um case para avaliar caso aparecem outros episódios, que infelizmente podem ocorrer, já que não temos controle sobre este tipo de doença, mas o essencial é que estejamos sempre preparados, com um conjunto de ações para qualquer situação, repetindo com tanta eficiência e de forma integrada este trabalho”, concluiu.
Rosana Siqueira, Semadesc
Fotos: Mairinco de Pauda