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Retrospectiva 2024: acesso a políticas públicas é o maior da história da Epagri

Investimentos foram de cerca de R$ 770 milhões para melhoria de estruturas e aquisição de insumos ou equipamentos – Foto: Aires Mariga/Epagri

Em 2024, a Epagri elaborou mais de 22 mil propostas de crédito rural para investimentos de cerca de R$ 770 milhões em recursos públicos por cerca de 20 mil agricultores de Santa Catarina para melhoria de estruturas e aquisição de insumos ou equipamentos. O acesso a esse montante foi possível graças ao trabalho desta empresa do Governo do Estado responsável pela elaboração de projetos de crédito junto a agentes financeiros. O aumento foi de 90% em relação a 2023 e o maior da história da Epagri.

Dentre essas políticas públicas, destaca-se o Programa Jovens e Mulheres em Ação. Por meio dele, em 2024 foram aplicados mais de R$ 8,5 milhões para atender 635 projetos elaborados pela Epagri direcionados a jovens e mulheres rurais e pesqueiros de SC.

De acordo com o presidente da Empresa, Dirceu Leite, esses financiamentos permitem que as famílias do campo e do mar permaneçam na atividade  e assegurem que Santa Catarina continue líder na produção de alimentos, enquanto preserva os recursos naturais. “Esses números também refletem o comprometimento de nossos extensionistas com o desenvolvimento da agricultura familiar catarinense”, diz ele.

Dirceu complementa que o compromisso da Epagri é com cada mesa abastecida, com cada família que conta com alimentos de qualidade. “Nosso estado é pequeno em tamanho, mas gigante quando se fala em produção de alimentos. Santa Catarina é o quinto maior produtor brasileiro de alimentos e o primeiro de cebola,  suínos,  maçã, ostras, vieiras e mexilhões. Isso é resultado do trabalho árduo de nossa gente, que conta um governo comprometido com a segurança alimentar do nosso país”, salienta o presidente.

Mais de 117 mil famílias atendidas

O acesso a políticas públicas é uma das muitas ações de extensão rural e pesqueira que a Epagri executa.  Em 2024, os extensionistas atenderam mais de 117 mil famílias e cerca de quatro mil entidades, entre agricultores, pescadores, maricultores, indígenas e quilombolas. Foram realizadas mais de 300 mil atividades como cursos, capacitações, viagens técnicas, dias de campo, seminários e visitas.

Nesse ano a extensão rural e pesqueira catarinense também teve uma grande conquista: a aprovação do SC Rural 2, que será executado a partir de 2025. A  Epagri foi a responsável pela construção do manual operativo deste programa, que vai injetar 150 milhões de dólares na agricultura familiar em seis anos.

O SC Rural 2 busca promover aumento de renda, competitividade e enfrentamento aos eventos extremos e estruturais, por meio da inovação tecnológica e na prestação dos serviços públicos ao espaço rural e pesqueiro. O projeto dá continuidade às ações iniciadas no estado em 1991 e que se estenderam até 2017, por meio dos projetos Microbacias 1, Microbacias 2 e SC Rural.

Jovens capacitados para a sucessão familiar

Para garantir a continuidade de todas essas ações, é necessário a permanência do jovem no campo e no mar. “O futuro do agronegócio catarinense está nas mãos da juventude, pois as novas gerações serão as responsáveis por dar sequência ao trabalho que está sendo desenvolvido hoje”, frisa o diretor de Extensão Rural e Pesqueira, Gustavo Claudino.

Desde 2012, a Empresa oferece uma capacitação específica a esse público: em 13 Centros de Treinamento distribuídos pelo Estado, todos os anos, centenas de jovens entre 18 e 29 anos são preparados para a sucessão familiar no setor agrícola e pesqueiro por meio do curso Ação Jovem Rural e do Mar. Em 2024, 264 jovens passaram por esse curso. Depois de formados, os alunos podem acessar linhas de crédito da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária para colocar em prática os Projetos de Vida que elaboraram durante o curso.  

Outra ação para promover a sucessão familiar foi a criação, neste ano, do projeto Gestão Jovem Rural, em cooperação  com o Centro de Integração Empresa-Escola de Santa Catarina (CIEE). Por meio dele, jovens agricultores de 14 a 17 serão contratados pelas empresas parceiras dos programas de aprendizagem para atuar na gestão da propriedade da família, sob supervisão da Epagri.

Durante dois anos, esses agricultores vão desenvolver atividades de gestão da propriedade e receberão assistência técnica da Epagri, além de acompanhamento psicológico e pedagógico do CIEE. O projeto vai iniciar em Joaçaba em 2025 de forma piloto, mas em breve deve ser expandido para outras regiões do Estado de Santa Catarina.

Apoio ao protagonismo das mulheres no campo e no mar

Outro público prioritário das ações de extensão são as mulheres rurais e pesqueiras.  Desde 2019 a Epagri promove um curso de qualificação específico para o público feminino, que após a capacitação recebe apoio financeiro da Secretaria  de Estado da Agricultura e Pecuária para investir na propriedade. Em 2024, 301 mulheres foram capacitadas.

Em 2024, cursos da Epagri capacitaram 301 mulheres para empreender no campo e mar – Foto: Aires Mariga/Epagri

“As mulheres são as grandes responsáveis por levar inovação para as propriedades rurais e pesqueiras. Nosso objetivo é que elas assumam cada vez mais esse protagonismo e tenham condições para empreender no campo e mar”, diz o diretor Gustavo.

Neste curso, chamado Flor-E-Ser, elas aprendem sobre planejamento e gestão, empreendedorismo, oportunidade de renda e negócio, políticas públicas voltadas às mulheres, cooperativismo, associativismo, cultura e tradição, segurança alimentar, seguridade, boas práticas de fabricação, saúde da mulher, educação socioambiental, liderança, comunicação.

Recursos recordes para a pesquisa agropecuária

Os investimentos na pesquisa agropecuária produzida pela Epagri também foi recorde em 2024: R$22,5 milhões. Nesse ano, a Empresa executou 384 projetos e gerou 21 tecnologias. Entre elas estão sistemas de produção mais sustentáveis e novas variedades de pêssego, ameixa, cebola, feijão e hortaliças.

Investimentos em pesquisa chegaram a R$ 22,5 milhões e geraram 21 tecnologias, a exemplo de novas variedades de hortaliças – Foto: Divulgação/Epagri

O diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação, Reney Dorow, explica que essas tecnologias chegam na mesa do consumidor como alimentos mais saudáveis e com menor custo. “A ciência é a grande responsável por disponibilizar aos agricultores plantas mais produtivas, resistentes a pragas, doenças e mudanças climáticas. É por meio do trabalho de melhoramento genético que a população tem acesso a esses  alimentos”, diz ele.

Em 2024, a pesquisa da Epagri também ganhou reforço ao abrir vagas para 131 bolsistas por meio de editais da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).O objetivo da iniciativa foi aportar capital intelectual para apoiar os projetos de pesquisa científica, tecnológica, de gestão da pesquisa e da inovação da Epagri. Para Reney, isso dará impulso à pesquisa agropecuária e à evolução tecnológica em Santa Catarina.

Modernização da frota

Neste ano a Empresa investiu cerca de R$6,5 milhões para aquisição de 70 veículos. Esses carros foram enviados para  diferentes unidades de pesquisa e de extensão em todo o Estado, pagos com recursos próprios, do Governo do Estado e oriundo de convênios. Outra aquisição foi de 19 tratores com valor aproximado de 4,2 milhões, pagos com recursos do Governo de SC.

A Empresa investiu cerca de R$6,5 milhões para aquisição de 70 veículos – Foto: Aires Mariga/Epagri

“A extensão rural acontece no campo. Com os novos carros, mais modernos e seguros, com certeza nossos extensionistas farão a diferença para o desenvolvimento de nossa agricultura familiar e pesqueira ao levar as tecnologias desenvolvidas pela pesquisa da Epagri para o campo e para o mar”, diz o diretor Gustavo. A diretora de Administração e Finanças, Fabrícia Hoffmann Maria, ressalta que a compra dos carros vai resultar em economia a longo prazo, com redução de custos de manutenção e combustível.

Renovação do parque tecnológico

A empresa também investiu mais de R$ 7,7 milhões para renovar o parque tecnológico em todo o Estado. Os investimentos foram para a compra de aparelhos celulares, aparelhos de telefonia fixa e equipamentos de informática, licenciamentos, entre outros. 

Esses equipamentos, com maior desempenho e funcionalidades avançadas, proporcionam renovação, avanço tecnológico e maior confiabilidade para a infraestrutura da Epagri.  “Essa modernização leva melhores condições de trabalho aos empregados, que impactam na prestação de serviços ao produtor rural e ao pescador”, salienta a diretora Fabrícia.

A Epagri também deu um passo importante rumo à transformação digital. Houve melhorias em praticamente todos os sistemas, com destaque para o incentivo ao uso do Aplicativo Epagri Mob, que permite atualizações de cadastros diretamente nas propriedades, tornando os processos mais ágeis e intuitivos. 

Pesquisa de satisfação dos usuários

A Empresa também adotou novos meios para entender o grau de satisfação dos usuários das ações de Assistência Técnica e Extensão Rural, dos cursos e dos eventos realizados. Os resultados da avaliação permitem que a Epagri direcione  esforços nos pontos de melhoria e desta forma impulsione a governança e gestão.

Os resultados da avaliação permitem que a Empresa direcione esforços nos pontos de melhoria e desta forma impulsione a governança e gestão

“Essa mudança contribuiu diretamente para o aumento da maturidade institucional, permitindo decisões mais assertivas baseadas em dados”,  salienta o presidente Dirceu. Ele explica que a iniciativa também resulta em maior engajamento dos colaboradores, que incentivam os beneficiários a avaliarem os serviços prestados. “As informações coletadas serão utilizadas para avaliar o desempenho dos funcionários, orientar treinamentos e identificar tanto os pontos fortes quanto os aspectos a serem aprimorados pela equipe”, diz ele.

O projeto foi finalista da premiação Case de Sucesso no 4CIO Sul, promovido pela empresa 4Network para que os líderes das áreas de Tecnologia da Informação compartilhem as iniciativas que transformaram as suas organizações.

O projeto da Epagri para identificar a satisfação dos usuários foi finalista da premiação Case de Sucesso no 4CIO Sul – Foto: Divulgaçaõ/Epagri

Ouvidoria eficiente e transparente

A Epagri foi um dos órgãos vencedores do selo Ouro do 1º Prêmio CGE-SC Práticas Inovadoras na categoria “Ouvidoria”. A premiação é uma iniciativa da Controladoria-Geral do Estado de Santa Catarina para reconhecer e disseminar as melhores práticas de controle da gestão pública do Poder Executivo estadual.

O prêmio foi concedido por conta das ações de modernização da Ouvidoria da Empresa para uma gestão mais eficiente e transparente.A mudança permitiu que os gestores e usuários monitorem o desempenho da Ouvidoria da Epagri pela internet com mais transparência e de forma clara e concisa. Acesse aqui a página da Ouvidoria da Epagri.

A Ouvidoria da Epagri recebeu o selo Ouro no 1º Prêmio CGE-SC Práticas Inovadoras – Foto: Divulgação/Epagri

Segundo o presidente da Epagri, Dirceu Leite, as métricas geradas pela Ouvidoria auxiliam a Diretoria Executiva na tomada de decisões para a melhoria dos serviços. “Com certeza as mudanças contribuíram para a modernização da ouvidoria da Epagri para uma gestão mais eficiente e transparente”, afirma Dirce

Maior vencedora do Prêmio Expressão de Ecologia                  

Em 2024 a Epagri recebeu o 25º Troféu Onda Verde, mantendo-se a maior vencedora do Prêmio Expressão de Ecologia. Nesta 30ª edição dois projetos ganharam a premiação: “Revitalizando a Terra: Agricultura Regenerativa em Ação” e “Terraceamento no Oeste de Santa Catarina: Protegendo o Solo e Armazenando Água”. Ambos são executados pelas equipes da Epagri em propriedades das regiões de Xanxerê e de Chapecó.

Em 2024 a Epagri recebeu o 25º Troféu Onda Verde, mantendo-se a maior vencedora do Prêmio Expressão de Ecologia

No projeto Revitalizando a Terra: Agricultura Regenerativa em Ação, a Epagri mostra seu trabalho junto a uma família de Faxinal dos Guedes que aprimorou técnicas e desenvolveu práticas de conservação do solo, além da diversificação de cultivos. Hoje, são 800 hectares produzindo soja e milho no verão e 300 hectares de trigo no inverno, todos com princípios da agricultura regenerativa.  

O projeto Terraceamento no Oeste de Santa Catarina: Protegendo o Solo e Armazenando Água mostra o trabalho que os extensionistas da Epagri desenvolvem de forma coletiva desde 2015 e que resultou na implementação da prática em 22 municípios da região. Os terraços de base larga estão presentes em 1,3 mil hectares de terraços de base larga em 114 propriedades rurais do Oeste catarinense. 

De acordo com o presidente Dirceu Leite, esse é um prêmio em que a Epagri tem orgulho de receber, pois vem coroar o trabalho de uma equipe dedicada em buscar soluções para atenuar o efeito da ação humana sobre o meio ambiente.  “Esta é a premiação ambiental de maior longevidade ininterrupta do Brasil que temos o privilégio de fazer parte desde o início. Por meio dela, nossos projetos têm um grande alcance e com certeza incentivam outras instituições a replicarem nossas iniciativas”, pontua o presidente.                 

Reestruturação da Empresa com economia aos cofres públicos

Em 2024 a Epagri iniciou um Plano de Reestruturação, que deve gerar uma economia ao Governo do Estado de até R$240 milhões com folha de pagamento. O Plano vai contribuir para a redução do limite de gastos do Estado com pessoal, medida exigida na Lei de Responsabilidade Fiscal.  Com a economia gerada, espera-se maior aporte de recursos para a pesquisa agropecuária, o que vai resultar na geração de novas tecnologias. “Com isso daremos muito mais retorno para a sociedade”, pontua o presidente Dirceu Leite.

O Plano de Reestruturação foi assinado pelo governador Jorginho Mello e o presidente Epagri, Dirceu Leite – Foto: Andréia Oliveira / Divulgação/SAR

Por meio desta ação, cerca de 30% dos 1.615 empregados foram incentivados a se aposentar até 2026, possibilitando à Empresa abrir vagas em concurso público para novas contratações.  Em 2024 já foram convocados 172 novos funcionários e a perspectiva é chamar mais de 400 pessoas até 2026.

Segundo o presidente Dirceu Leite, esse plano de reestruturação é mais uma iniciativa do Governo do Estado para a construção de uma nova Epagri. “Uma Epagri que vai trazer mais eficiência no apoio aos produtores rurais, bem como reforço das ações para redução do êxodo rural. Será uma oportunidade para o ingresso de trabalhadores qualificados que garantam a continuidade da produção da ciência e a presença da assistência técnica da Epagri em todos os municípios”, ressalta o presidente.                                                                                                                                                        

Novo desafio para 2025: educação formal

Esse plano de reestruturação também vai permitir que a Epagri amplie sua atuação para a área de educação formal, que vem a se somar às atividades de pesquisa agropecuária e de extensão rural. Uma parceria iniciada em 2024 com a Secretaria de Estado da Educação vai trazer um novo desafio para a Empresa em 2025: assumir o papel de entidade mantenedora de cinco Centros de Educação Profissional Agrotécnicos de Santa Catarina (Cedups Agrotécnicos) situados em São Miguel do Oeste, Campo Erê, Chapecó, Canoinhas e São José do Cerrito.

Vista aérea do Cedup de São Miguel do Oeste – Foto: Divulgação/Epagri

Segundo a coordenadora do grupo que trabalhou a proposta de integração com os Cedups Agrotécnicos, extensionista social Andreia Meira, a metodologia fortalece a capacitação agrotécnica com protagonismo dos jovens rurais e a sucessão familiar. “Assim, cerca de 1,4 mil  alunos ampliarão acesso a tecnologias inovadoras e ao conhecimento necessário para trabalhar pelo desenvolvimento sustentável do meio rural catarinense”, diz ela.

A proposta aprovada deve iniciar a implementação em fevereiro de 2025. “O governo do Estado fará investimentos na melhoria de estruturas dos Cedups e de custeio das atividades didáticas das unidades. Vamos garantir o acesso gratuito dos jovens e priorizar as vagas aos filhos de agricultores, com acompanhamento das famílias, capacitação aos professores e disponibilização de estágios aos estudantes”, assegura Andreia.

Fachada do Cedup de São José do Cerrito – Foto: Divulgação/Epagri

Segundo o presidente Dirceu, a mudança também favorece o intercâmbio de conhecimento. “Serão implantadas e melhoradas as Unidades de Referência Educativa nos Cedups Agrotécnicos, ampliando as possibilidades de aprendizado prático e a troca de experiências entre estudantes, docentes e os técnicos da Epagri”, frisa.

Para ele, Santa Catarina terá, ainda, outro ganho com a nova missão que a Epagri está assumindo. “O trabalho de apoio à permanência dos jovens nas propriedades rurais catarinenses será fortalecido. Isso porque, além de acompanhar de modo prioritário às famílias dos alunos, a equipe de extensão rural da Empresa vai oferecer suporte técnico para a implantação de projetos de negócios nas propriedades rurais, contando sempre com o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária”, revela o presidente.

De acordo com Dirceu, o futuro da agricultura catarinense terá profissionais ainda mais qualificados e alinhados às demandas desse setor, que é fundamental para a economia e o desenvolvimento sustentável do Estado. “Institucionalmente, a Epagri se fortalece como agente promotor do desenvolvimento regional”, finaliza o presidente.

Informações para a imprensa:
Isabela Schwengber
Assessora de Comunicação da Epagri
Fones (48) 3665-5407/99161-6596